Nada de perseguir o modelo unicórnio de crescimento exponencial das startups. Marco Haidar, CEO e fundador da New Value, plataforma que organiza um clube de benefícios corporativos, conduziu a evolução da empresa de um jeito todo especial, através de parcerias fortes, sem investimento externo. E chama esse padrão de “camelo”.
Ele mesmo explicou como é isso em uma conversa com o jornalista Cassio Politi para o podcast Inspire, da Zoho Brasil: “[O camelo] consegue dar um sprint rápido e parar. Ele é mais resistente e consegue passar por grandes períodos de inconsistência no deserto”.
O desafio foi crescer com os recursos que acumulava na própria “corcova”, carregando o negócio com as próprias pernas... Dá para chamar esses recursos de talento para estabelecer parcerias; tanto com as empresas que oferecem seus produtos e serviços ao clube (com descontos bem generosos que podem chegar a 70%) quanto com os RHs dos clientes, que contratam os serviços de intermediação da plataforma.
Haidar conta que, de cara, a empresa teve a oportunidade de se apresentar dentro do WTC São Paulo para potenciais parceiros. Acabou sendo lançada com 80 parceiros “que compraram a briga da New Value” e passaram a atender os 4 primeiros clientes.
Haidar conta que a New Value chegou a despertar bem cedo o interesse de dois potenciais investidores. Ele poderiam ajudar a desenvolver o negócio, mas o CEO optou por “não arriscar o caixa em uma queima descontrolada de recursos”, como fazem as unicórnio, “o que exige sempre mais e mais grandes aportes”.
O fato de operar no segmento B2B, justificou Haidar, permitiu a ele não gastar com marketing para o consumidor final. O público da empresa são os setores de Recursos Humanos das companhias. “Eles falam muito entre si. A grande força da New Value é o boca a boca dos clientes, que reconhecem nossa qualidade e agilidade no tempo de resposta”, diz.
O sucesso imediato permitiu equilibrar o custo com a receita em apenas seis meses.
E o fôlego de camelo se mantém, embora o crescimento tenha limitado a presença de Haidar do dia a dia dos clientes. “Conceitos e ideias novas vão se agregando junto com as pessoas que chegam à empresa, mas, no fundo, o que fica é a essência da New Value”, afirma.
“O mais importante disso tudo é o reconhecimento do colaborador dos nossos clientes. No último balanço de um deles, por exemplo, ficamos no top 5”, diz Haidar. “A resiliência e a persistência, a crença no projeto, são os fatores mais importantes. Fui um sonhador, mas também tive a sensatez de colocar prazos”.
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